A gente não percebe, ou não quer perceber, que - enquanto planejamos nossa vida, enquanto nos enganamos com promessas de amanhã - existe algo que não pára, que não espera, que não volta atrás e não fica ressentido pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Ele simplesmente continua, sua batida organizada e milimetricamente cadenciada, esperando que algum dia alguém perceba que ele é a moeda mais valiosa que carregamos.
Mas, querem saber? Isso não acontece até que seja suficientemente tarde. Até que seja suficientemente irreversível. Antes disso, existem preocupações demais, de modo que é impossível dar valor a algo que supostamente temos em abundância. Aos 12 anos, não temos sequer maturidade para avaliar sua importância. Aos 30, estamos tão atarefados que esse detalhe passa despercebido. Aos 50, pensamos que ainda teremos o momento certo para pensar no assunto. E, aos 70, nos damos ao luxo de sonhar com a imortalidade. Porém, cedo ou tarde (e, geralmente, tarde), temos de enfrentar o espelho. Sim, o espelho. Nele vemos que as coisas mudaram, que a moeda valiosa impôs sobre nós seus efeitos e que, provavelmente, já não somos mais os mesmos.
E então, subitamente, percebemos que tudo mudou de lugar. Percebemos que nossa moeda valiosa não pode ser recarregada, pois simplesmente não existem postos de reabastecimento. Queremos voltar atrás, fazer diferente, tentar mais, arriscar mais, viver mais... mas vemos que tal capricho não nos foi permitido pelos deuses. Estamos presos. Tentamos, em vão, convencer outras pessoas a dar valor a esse pequeno detalhe da vida... mas, bobagem, estão todos muito ocupados com planos, com promessas, com futuros.
Um dia depois de nossa morte, todos voltam ao normal. As falas apaziguantes e as perguntas filosóficas, sobre quanto vale nossa vida ou para onde iremos todos nós, ficam esquecidas em algum porão da mente coletiva. O ciclo é sempre o mesmo e, com raras exceções, as pessoas voltam à normalidade sem levar completamente a sério que ninguém jamais saiu com vida desse processo.
Ele, contudo, continua sempre lá. Não pára. Não volta atrás. Não fica ressentido ou dá segundas chances. O tempo, sem dúvida alguma, é a moeda mais valiosa que temos em vida.
Quanto tempo ainda nos resta?
É bom sempre ter essa pergunta em mente.
Um abraço,
Gustavo
Mas, querem saber? Isso não acontece até que seja suficientemente tarde. Até que seja suficientemente irreversível. Antes disso, existem preocupações demais, de modo que é impossível dar valor a algo que supostamente temos em abundância. Aos 12 anos, não temos sequer maturidade para avaliar sua importância. Aos 30, estamos tão atarefados que esse detalhe passa despercebido. Aos 50, pensamos que ainda teremos o momento certo para pensar no assunto. E, aos 70, nos damos ao luxo de sonhar com a imortalidade. Porém, cedo ou tarde (e, geralmente, tarde), temos de enfrentar o espelho. Sim, o espelho. Nele vemos que as coisas mudaram, que a moeda valiosa impôs sobre nós seus efeitos e que, provavelmente, já não somos mais os mesmos.
E então, subitamente, percebemos que tudo mudou de lugar. Percebemos que nossa moeda valiosa não pode ser recarregada, pois simplesmente não existem postos de reabastecimento. Queremos voltar atrás, fazer diferente, tentar mais, arriscar mais, viver mais... mas vemos que tal capricho não nos foi permitido pelos deuses. Estamos presos. Tentamos, em vão, convencer outras pessoas a dar valor a esse pequeno detalhe da vida... mas, bobagem, estão todos muito ocupados com planos, com promessas, com futuros.
Um dia depois de nossa morte, todos voltam ao normal. As falas apaziguantes e as perguntas filosóficas, sobre quanto vale nossa vida ou para onde iremos todos nós, ficam esquecidas em algum porão da mente coletiva. O ciclo é sempre o mesmo e, com raras exceções, as pessoas voltam à normalidade sem levar completamente a sério que ninguém jamais saiu com vida desse processo.
Ele, contudo, continua sempre lá. Não pára. Não volta atrás. Não fica ressentido ou dá segundas chances. O tempo, sem dúvida alguma, é a moeda mais valiosa que temos em vida.
Quanto tempo ainda nos resta?
É bom sempre ter essa pergunta em mente.
Um abraço,
Gustavo