Vi uma história curiosa, no livro do Claudio Moreno (O prazer das palavras), que vou tentar reproduzir aqui para vocês.
Trata-se da palavra "histeria", que hoje o dicionário Houaiss nos diz ser "uma neurose que se exprime por manifestações corporais". Bem, essa definição nem sempre foi assim e o próprio Houaiss, na categoria "história da medicina", nos diz também que histeria é uma "doença nervosa que, supostamente, se originava no útero". É sobre esse segundo significado que quero comentar mais detalhadamente.
Claudio Moreno, que citei há pouco, conta uma história interessante. Ele diz que histeria vem do grego, hyster, que significa útero. Pois bem. Não sei se vocês sabem, mas a explicação antiga para os comportamentos histéricos era que o útero da mulher, contrariado por se preparar todos os meses para dar à luz e quase nunca haver fecundação, ficava "revoltado" (nervoso mesmo) e mostrava seu desagrado com manifestações corporais que iam além da vontade da pessoa. A pessoa ficava histérica. Era a vingança do útero! Curioso, não!? É por isso que não faz muito tempo a histeria era vista como uma doença feminina, jamais masculina. E isso explica também por que, no popular, a cura mais indicada para a moça que sofria de histeria era um "bom macho". Acreditava-se que o "bom macho" seria capaz de resolver o problema da moça e do útero ao mesmo tempo, ou seja, fecundar o óvulo. Adeus histeria!
Contei essa história para que vocês percebessem como os vocábulos e, principalmente, a origem das palavras podem explicar muitas vezes o porquê de certas crenças e mitos populares. Atualmente, sabe-se que histeria não é doença primariamente feminina e nem consequência de possessões demoníacas ou coisa parecida (uma crença bastante forte no começo do século XIX também). Mas a ligação com o útero feminino continua na origem de "histeria".
Fiquei pensando que algumas moças, após lerem isso, acharão que as dores que sentem todos os meses ainda são, de certa forma, uma singela lembrança de que o útero está "fulo da vida".
Um abraço,
Gustavo
Trata-se da palavra "histeria", que hoje o dicionário Houaiss nos diz ser "uma neurose que se exprime por manifestações corporais". Bem, essa definição nem sempre foi assim e o próprio Houaiss, na categoria "história da medicina", nos diz também que histeria é uma "doença nervosa que, supostamente, se originava no útero". É sobre esse segundo significado que quero comentar mais detalhadamente.
Claudio Moreno, que citei há pouco, conta uma história interessante. Ele diz que histeria vem do grego, hyster, que significa útero. Pois bem. Não sei se vocês sabem, mas a explicação antiga para os comportamentos histéricos era que o útero da mulher, contrariado por se preparar todos os meses para dar à luz e quase nunca haver fecundação, ficava "revoltado" (nervoso mesmo) e mostrava seu desagrado com manifestações corporais que iam além da vontade da pessoa. A pessoa ficava histérica. Era a vingança do útero! Curioso, não!? É por isso que não faz muito tempo a histeria era vista como uma doença feminina, jamais masculina. E isso explica também por que, no popular, a cura mais indicada para a moça que sofria de histeria era um "bom macho". Acreditava-se que o "bom macho" seria capaz de resolver o problema da moça e do útero ao mesmo tempo, ou seja, fecundar o óvulo. Adeus histeria!
Contei essa história para que vocês percebessem como os vocábulos e, principalmente, a origem das palavras podem explicar muitas vezes o porquê de certas crenças e mitos populares. Atualmente, sabe-se que histeria não é doença primariamente feminina e nem consequência de possessões demoníacas ou coisa parecida (uma crença bastante forte no começo do século XIX também). Mas a ligação com o útero feminino continua na origem de "histeria".
Fiquei pensando que algumas moças, após lerem isso, acharão que as dores que sentem todos os meses ainda são, de certa forma, uma singela lembrança de que o útero está "fulo da vida".
Um abraço,
Gustavo
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