terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Espiritualista e o Materialista

Não sei se o universo conspira a nosso favor quando queremos alguma coisa. Mas não tenho dúvidas de que, quando a gente realmente quer algo, trabalhamos duro, lutamos, suamos a camisa... e, no final das contas, acabamos conseguindo (de um jeito ou de outro). Não há nada de mágico nisso. Só esforço mesmo. E uma pitadinha de intuição, claro.

A diferença entre o espiritualista e o materialista é que, para o primeiro, há sempre a esperança de alguma ajuda sobrenatural e facilitadora, enquanto que, para o segundo, não há tal esperança, apenas a convicção de que "somos todos responsáveis por tudo, diante de todos" (Dostoievsky). Isso não quer dizer que um seja mais racional que o outro, nem que um seja 100% espiritualista e o outro 100% materialista. Não funciona assim! São apenas modos de ver as coisas. Eu, particularmente, gosto de pensar que o ser humano precisa dos dois pólos: em algumas ocasiões, é necessário ver o mundo de um jeito; em outras, de outro.

Não nego, porém, que sou mais materialista do que espiritualista. Mas essa é uma longa história... e nem sei se sou assim por livre escolha.

O importante é que, parece-me, o materialista tem sempre menor chance de se decepcionar, já que não espera muito, do que o espiritualista. E deve ser precisamente por isso que há tanta gente decepcionada com Deus e com a vida por aí. Esperam demais! No fundo, o que quero dizer é que a diferença entre os dois é que um tem mais esperança que o outro (esperança de que o universo conspire a favor, no caso do espiritualista). Mas esperar demais traz infelicidade e decepção. Todos nós sabemos disso.

Seria o caso, então, de viver desesperadamente?

Se quiserem um caminho para pensar essas e outras questões, leiam o livro de André Comte-Sponville, A felicidade desesperadamente. Vale a pena!

Um abraço,
Gustavo Miranda

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