sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz 2013!!

Não sei quantificar muito bem, até porque coisas assim não são quantificáveis nem enumeráveis, mas sinto que termino o ano como um "sobrevivente". Claro que isso se deve menos à minha preocupação (já passada e atenuada... rs) com o "fim do mundo" que com as características particulares do ano de 2012. Mas acho que saio mesmo deste ciclo com a sensação de alívio, torcendo talvez para que 2013 seja mais dócil, mais afável, menos turbulento, mais digno, embora esses sejam apenas desejos jogados num infinito e complexo mar de probabilidades (e que talvez nunca aconteçam). Sei bem que não é muito literário nem agradável conceber as coisas desse modo, mas ao mesmo tempo me soa poético que, em meio a tantas possibilidades distintas, eu esteja aqui neste preciso momento, pondo tudo em perspectiva e compartilhando minhas angustias mais perenes com pessoas que, literalmente, me ajudaram a passar pelo pior. Não sei quantos "obrigados" falei. Nem quantos abraços distribuí. Mas não tenho dúvidas de que entro em 2013 com a sensação de que fui amparado por vários, escorado por muitos e lembrado por praticamente todos. Sou um sobrevivente, sim! Todos nós somos! Mas só porque estou "apoiado em ombros de gigantes", de gente comum e solidária (como você que está lendo isto agora).

Então, feliz 2013 antecipado!!

Gustavo Miranda

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Não faz sentido

Não sei se a vida é mesmo tão condutora e dotada de sentido como, às vezes, tendemos a pensar. Acho apenas que temos de nos conformar com a maior parte das coisas que nos acontece e sobre a qual não temos o menor controle. E adaptar. Porque, no mais das vezes, esse nosso discurso não passa de autoconsolo, no sentido de que precisamos encontrar (fabricar?) algum valor nas conchinhas que o mar da vida nos traz a cada nova onda.

A vida, por si só, não faz sentido algum! Mas, em meio a tantos dilemas filosóficos, um aspecto ainda faz: nossas experiências, nossas emoções, nosso encontro com o outro, nossas paixões.

É o que levamos dessa vida...

Gustavo Miranda

sábado, 20 de outubro de 2012

Um livro sobre a liberdade?!

Estou escrevendo um pequeno livro de registros pessoais em que o pano de fundo é exatamente este: a liberdade de escolha.

O interesse pelo tema se deu de maneira mais ou menos óbvia. A meu ver, vivemos o dilema registrado na fala memorável de um dos personagens de Dostoievski: se Deus não existe, então tudo é permitido. Essa paráfrase do livro "Os Irmãos Karamazov" tem sido frequentemente mal interpretada durante o século XX, sobretudo por religiosos que buscam em Dostoievski (bem em quem) uma suposta defesa da moralidade a partir de princípios religiosos. Na verdade, o escritor russo não queria enfatizar a possibilidade de amoralidade se extinguirmos o conceito de deus; mas, antes, sublinhar – como fica claro na leitura do trecho todo – que, se abdicarmos da noção de deus, então recai sobre nossos ombros (e somente sobre eles) toda e qualquer responsabilidade diante das escolhas e dos atos que fazemos. E isso não só parece aterrador do ponto de vista prático como, também, nos deixa com um controle sombrio da vida que, provavelmente, não fazemos questão de saber que temos.

E aí caímos no paradoxo: lutamos muito para ter o controle das situações, mas, quando finalmente ele está em nossas mãos, fazemos questão de passar a bola para outro (ou lamentamos que tenhamos tantas alternativas). E veja: é uma preocupação legítima, já que Sartre andou por aí quando afirmou que "o homem está condenado a ser livre". E Nietzsche ficou louco ao propor que a ideia de um deus que justifique os acontecimentos à nossa volta é totalmente desnecessária (naturalmente, dizer que sua loucura pode ser explicada a partir dessa base é mera suposição minha).

O fato é que dá medo mesmo. Tomar decisões. E não sem razão. A vida é um quebra-cabeça complicado demais para seres tão (i)limitados.

Bem, o livro é sobre isso. Aguardem!

Gustavo Miranda

terça-feira, 7 de agosto de 2012

E foi a adversidade, talvez a única que pudesse ter-me obrigado a reconsiderar alguns conceitos religiosos, que - ao contrário - me fez pensar que, de fato, não há nada "atrás das cortinas". Ainda assim, algo continua a fazer muito sentido para mim: a FÉ. Não aquela fé ingênua, em planos miraculosos e em seres invisíveis que lutam a nosso favor. Mas FÉ de que não se pode parar, de que é preciso aguentar e ir em frente. E que, SIM, há uma chance, embora às vezes pequena, de um final feliz.

Gustavo Miranda
 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O que você faz?

Dois parágrafos perfeitos do filósofo suiço Alain de Botton.

Ainda que a sociedade moderna continuamente nos prometa acesso a uma comunidade, trata-se de uma comunidade centrada no culto ao sucesso profissional. Sentimos que estamos batendo à sua porta quando a primeira pergunta que nos indagam em uma festa é "o que você faz?" - e a resposta determinará se seremos bem acolhidos ou se nos abandonarão ao relento. Nessas reuniões competitivas e pseudocomunais, poucos de nossos atributos valem como moeda para comprar a boa vontade de estranhos. O que importa, acima de tudo, é o que está em nossos cartões de visita, e aqueles que optaram por passar a vida cuidando dos filhos, escrevendo poesia ou jardinando ficarão com a certeza de que foram contra a corrente dos costumes dominantes dos poderosos e que merecem ser devidamente marginalizados.

Com esse nível de discriminação, não causa surpresa que muitos de nós decidam se atirar com tudo nas carreiras. Focar na vida profissional em detrimento de quase todo o resto é uma estratégia bastante plausível em um mundo que aceita as conquistas no ambiente de trabalho como a principal moeda para assegurar não apenas os meios financeiros de sobreviver fisicamente, mas a atenção de que necessitamos para ter êxito do ponto de vista psicológico.

Alain de Botton

sábado, 26 de maio de 2012

Saber mais, entender menos

Nunca antes a humanidade caminhou tão rápido nos quesitos "conhecimento" e "tecnologia". E, no entanto, as questões centrais permanecem: quem somos nós / por que estamos aqui / aonde estamos indo / qual o sentido disso tudo?

"Cada dia sabemos mais e entendemos menos". Albert Einstein.

Gustavo Miranda

terça-feira, 24 de abril de 2012

Redundâncias

Todo ser humano receia ser mal compreendido. E é por isso que nossas histórias de vida, sobretudo nossas histórias de amor, são carregadas de redundâncias, de reafirmações e, às vezes, até de mesmices. Puro receio!

Gustavo Miranda

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cinema mudo

A bem da verdade é que, às vezes, as palavras e o diálogo atrapalham. Por isso, de vez em quando, pego-me pensando que em algumas situações as relações humanas deveriam ser como o cinema mudo. Poucas palavras, apenas os diálogos essenciais, foco nas cenas. Atenção aos gestos. Acho mesmo que, no silêncio dos discursos, enxerga-se melhor a essência.

Gustavo Miranda

quinta-feira, 22 de março de 2012

O mesmo e o diferente

Quem nunca voltou a algum lugar para reviver alguma experiência passada e se deparou com tudo mudado? Quem nunca reencontrou um amigo de infância há muito não visto e percebeu que os elos já não eram mais os mesmos? Não há experiências mais humanas que essas. A vontade de voltar ao "mesmo" e encontrar o "diferente"; a tentativa de reencontrar o "de sempre" e se deparar com o "de nunca". Tudo muda!

Gustavo Miranda

quarta-feira, 7 de março de 2012

Conflitos internos

Tenho meus conflitos internos, claro. Quem não os tem? O caso é que aprendi a fazer deles a minha bandeira. Decidi tornar a minha fraqueza algo mais aceitável. E, desde então, vou indo. Vou tentando. Dizem até que consegui. Não sei! Na verdade, procuro não flertar com a vaidade. É melhor assim.

Gustavo Miranda

domingo, 4 de março de 2012

Talvez um dia...

Talvez um dia - em meio a tantas mudanças, a tantos fluxos e a tantos processos que me lapidam a alma - eu possa dizer, afinal, que me encontrei comigo mesmo e que, nesse encontro, descobri o sentido que tanto procurava. É que, no fundo, penso que toda a questão se resume a isto: conhecer-se a si mesmo.

Gustavo Miranda

quinta-feira, 1 de março de 2012

Falta algo...

Penso que a maior parte do que vemos, ouvimos e experimentamos na vida não cabe em nossos esquemas, em nossas teorias e nem mesmo em nossos refinados sistemas de conhecimento. Daí que tenhamos sempre a impressão de que falta algo por ser descoberto, algo para ser mostrado. É que falta mesmo!! Seremos sempre essa interrogação que se recusa a virar ponto final...

Gustavo Miranda

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sexy e perigoso

Penso que há algo de profundamente sexy e, ao mesmo tempo, perigoso nas pessoas enciumadas. Elas desnudam-se nos gestos e olhares.

Gustavo Miranda

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Problema com a forma

Nossa forma de amar (em namoros e em casamentos) frequentemente restringe o sentimento de amor a uma porção de tarefas e cobranças (patéticas) culturalmente estabelecidas. Daí a impressão de alguns de que o amor limita e prende, embora o problema esteja na forma de amar, não no amor.

Gustavo Miranda

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Maturidade

Há momentos em que é preciso certa cautela com as pessoas; não apenas pelo que são ou representam, mas - sobretudo - pelos sentimentos irrefreáveis que despertam em nós. A essa consciência de vida damos o nome de "maturidade", embora - com certa frequência, mesmo já "maduros" - ajamos como idiotas.

Gustavo Miranda

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A beleza e a feiura

A vida oscila entre a beleza e a feiura. E, às vezes, basta uma palavra ou um gesto para que o belo se torne insuportavelmente feio; às vezes, um sorriso ou um olhar para que o horrível se torne indiscutivelmente lindo.

Gustavo Miranda
 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Eterno enquanto dure...

Talvez seja muita pretensão dizer que "sei que vou te amar por toda a minha vida", posto que é preciso ser honesto com os sentimentos para perceber a impossibilidade de prevê-los. O que tento dizer, contudo, hoje, é que almejo que nosso amor "seja eterno enquanto dure".

E isso é tudo. Isso basta!

Gustavo Miranda

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Universos paralelos

Às vezes, tenho saudades de pessoas que nunca conheci. E vez ou outra me pego pensando que foram minhas decisões, em algum lugar do passado, que me impediram de conhecê-las. "Universos paralelos", diria Stephen Hawking.

Gustavo Miranda

domingo, 8 de janeiro de 2012

Incondicionalidade

A incondicionalidade de alguns laços afetivos serve para mostrar que, embora a impressão seja contrária, estamos ainda cercados de algumas pessoas de bem que não exigem motivos nem explicações para serem o que são: boas. Na verdade, são elas que fazem o curso da vida tornar-se suportável diante de tantas exigências. Simplesmente porque o afeto é maior e mais importante que as condições. E porque não se obrigam a dar o que não têm, mas - sobretudo - porque doam o que têm de sobra: amor.

Gustavo Miranda

sábado, 7 de janeiro de 2012

Morrer de amor

Morrer de amor é algo tão misterioso que, paradoxalmente, nos faz viver mais e melhor. Uma pena que seja um sentimento tão raro atualmente!

Gustavo Miranda

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O inexplicável

A maior parte das coisas que ocorrem com você e com os outros não tem nenhuma explicação racional. Portanto, atreva-se a sair da "gaiola da razão"! Às vezes, faz bem fantasiar e deixar-se levar pelas aventuras do inexplicável.

Gustavo Miranda