E as luzes se acenderam de repente. Raios por toda parte. Aqui. Ali. Amarelados. Avermelhados. Acinzentados. Azulados. Negros. Rosados. As cores mais variadas e transitórias que já vi. No horizonte, o astro maior saindo pela porta dos fundos. Tímido. Resignado. Perdendo força. Iluminando ainda imaginações alheias; apagando os rastros do cansaço diário. Algumas nuvens de algodão estavam solidárias, na verdade reticentes ao último espetáculo do mais brilhante dos brilhantes. O turno estava terminando; o ciclo se completando. Nunca mais, em tempo algum, aquela tela, pintada ao acaso pelos deuses astronautas, iria se repetir com aquela mistura de cores e de tons. O espetáculo era único, como únicas eram as emoções de estar ali, plantado, admirando de longe, a mais comum - talvez a mais fantástica, ainda que raramente notada - demonstração de beleza da nossa mãe Terra. O relógio marcava 18:03. E o céu inteiro irradiava formosura e fazia ecoar um "Até breve, voltamos amanhã!". As luzes começaram a se apagar; e os raios a murchar discretamente. Ao longe, ainda contemplei as cortinas se fechando e o espetáculo (QUE PENA!) terminando. Aquele pôr-do-sol eu jamais veria outra vez. Também aquele "eu" jamais voltaria a ser novamente.
A vida é como um pôr-do-sol. Bela e efêmera. Clara e escura. Única e múltipla. Nada mais.
Um abraço,
Gustavo
A vida é como um pôr-do-sol. Bela e efêmera. Clara e escura. Única e múltipla. Nada mais.
Um abraço,
Gustavo