domingo, 19 de dezembro de 2010

Somos todos (des)iguais!

O que, de fato, preocupa é essa uniformização, já de longa data, que tenta (mas só tenta) negar um aspecto importante de nossa essência: as contradições, as instabilidades, muitas vezes as irracionalidades atreladas ao ser. Um olhar atento às vitrinas e às estruturas sociais que nos rodeiam basta. Há opções, sim! Mas todas padronizadas. Uniformizadas. Diferem nas cores, nos estilos, nos preços, nas relações pessoais e nas nomenclaturas pós-modernas, porém continuam a consolidar uma espécie de ditadura silenciosa: todos têm direito à liberdade, embora nem sempre (diria "quase nunca") as condições de exercê-la.

Uma frase enganosa, ainda que sempre pronunciada com a melhor das intenções, é a que diz que somos todos iguais. Trata-se de uma verdade parcial. Na maioria das vezes, confunde-se igualdade de direitos e deveres com pessoas, essas desiguais, singulares, únicas. Nega-se o não-exato, o aproximado, o particular. E, no entanto, reitera-se o óbvio: se somos todos iguais, agimos da mesma forma, pensamos de modo idêntico.

Daí o resultado que observamos desde sempre na humanidade: o caminho facilitado para os que renunciam à essência e vestem o uniforme; e a trilha penosa e marginal dos que cometem o sacrilégio de dar vazão ao ser.

Ao que tudo indica, ainda há um longo caminho para que o ser humano seja reconhecido como tal. Ainda somos uma espécie a ser descoberta! E que, aliás, corre o risco de se extinguir antes disso...

Uma pena, afinal!

Um abraço,
Gustavo Miranda

Nenhum comentário:

Postar um comentário