Fui a um templo religioso. E tive uma experiência de ausência. Ausência no sentido de não encontrar o anfitrião da festa, Aquele sobre o qual muitos falam e para o qual dirigem a palavra. Não O vi. Altar vazio, em vez disso. Cheguei até a pensar que Ele poderia ter-se escondido atrás do piano ou no meio do coral. Mas errei. Ele também não estava lá nem em lugar nenhum. Ausência total. Cansado desse esconde-esconde espiritual, levantei-me e fui embora. Lá fora, já bem distante das músicas e dos apelos, a criança que guardava o carro deu-me o sorriso mais bonito que já vi, simplesmente por ter ganhado uma moeda. Então eu O contemplei. Estava lá. Fora dos templos e dos interesses humanos. Num simples sorriso. Num simples encontro casual.
O indizível. O inexplicável.
Gustavo Miranda
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