terça-feira, 26 de julho de 2011

Amor Platônico

Eu a vi de relance. Por um breve momento. Ela carregada de sentimentos. Eu, de incertezas. De condicionais. De torturas e covardias, como se saber seu nome fosse pecado mortal, mesmo para um coração já perdido de amor (o meu, no caso).

Peguei-me a ouvir a seguinte voz dentro de mim: Não posso! Não posso! Não é certo! E, diante da vaga lembrança de que eu não tinha planejado nada daquilo, fui obrigado a admitir o óbvio, embora não quisesse: não havia volta para mim. A paixão me consumia.

Mas ela ficou lá, distante de mim. Muda, a não ser pela música de seus cabelos ao vento. E foi naquele dia, precisamente naquele instante fortuito, que eu soube como ninguém o que significava amor platônico. Não que eu tivesse algo a ver com Platão, já que, naquele tempo, nem suspeitava quem era o tal filósofo. Mas nunca tive dúvidas de que aquele era um amor ideal. Tão ideal e tão perfeito que nem chegou a ser consumado. Ficou na memória, assim como o sorriso que adornava aquele rosto angelical que eu supostamente jamais veria de novo.

Gustavo Miranda
      

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