segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vamos alçar voo?

O caso é que já há algum tempo temos assistido ao definhamento inesperado de todos os sistemas sociais que um dia nos prometeram êxito, visto que mais e mais vezes (e, sobretudo, neste começo de novo século) nos vemos à beira de um colapso estrutural irreversível, ainda que até agora muito bem mascarado por todos os envolvidos, como se os problemas não tivessem tamanha dimensão. O que chama a atenção, e aqui vai uma pequena (e rara) pincelada de meu otimismo, é que já sabemos muito bem onde estão os equívocos. Na racionalização exagerada. Na fragmentação da vida. Na valorização excessiva do material e no empobrecimento consequente do ser (tantas características paralelas, aliás, que têm nos separado faz séculos da plenitude que poderíamos atingir). Porém, tal consciência, embora razoável, nos impede de seguir adiante. Em primeiro lugar, porque somos todos reféns de um sistema que fugiu do controle; em segundo, porque estamos acostumados às nossas gaiolas. Sim, nossas próprias gaiolas, sociais, burocráticas, éticas, epistemológicas, culturais, etc.

Diante de tal panorama, e tentado a encontrar respostas que nos forneçam novos caminhos ou que, pelo menos - mais modestamente, nos garantam algum tempo de sobrevida, só me ocorre um convite insólito e perigoso, mas extremamente necessário: vamos alçar voo?

Gustavo Miranda

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