quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vai ficar para depois

Então, subitamente, decidi que era hora de descansar. O quarto sem energia, luzes apagadas, silêncio cristalino, me trouxe uma vez mais o sentimento de harmonia e quietude de alma que somente os corajosos conseguem experimentar. Do lado de fora do quarto, querendo rasgar o tecido desse sossego fortuito, preocupações variadas com a vida e com pessoas que não valem uma gota de suor (pelo menos não em certos instantes). Vai ficar para depois, pensei. Bem depois! Naquele momento, a única coisa que importava era a profunda sensação de encontro com a paz e com o nada, sentimento tranquilizador e, ao mesmo tempo, anestésico. E que se dane a seriedade da vida! Há momentos em que o melhor a fazer é desligar-se da vida e de todos. Temporariamente. Temporariamente.

Gustavo Miranda
     

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